De autoria de Robson LUSTOZA e Geraldo CALIMAN, o livro trabalha a concepção que estudantes universitários têm sobre os Direitos Humanos. A Educação em Direitos Humanos torna-se um instrumento que possibilita o conhecimento de tais direitos de modo que sejam reconhecidos não somente como direitos, mas também como dever de promoção de todos em vista da construção de uma cultura de paz e da harmonia social. Nesse contexto, emergem como essenciais as políticas públicas nacionais, que, respondendo aos acordos internacionais tendem a promover a Educação para os Direitos Humanos entre os diversos segmentos da sociedade. Entre tais segmentos, destaca-se nesta pesquisa, aquele da Universidade como um local privilegiado de formação e informação para os estudantes e futuros profissionais. Tanto melhor quanto mais claras forem as orientações ditadas pelas políticas públicas para a Educação em Direitos Humanos no Ensino superior. E o meio universitário tende a sintonizar-se com o período juvenil, em que os jovens vislumbram a possibilidade de participação ativa e cidadã na vida social em busca de mudanças inspiradas pelos desafios emergentes do contexto social. O presente livro apresenta em uma primeira parte, um recorte teórico-analítico das normativas sobre os Direitos Humanos e sua promoção no meio universitário; na segunda parte indaga, através de entrevistas coletivas (focus groups), qual a percepção dos jovens universitários sobre a presença ou não dos conteúdos relativos aos Direitos Humanos nos currículos e Projetos Pedagógicos de seus cursos. A pesquisa teve uma abordagem qualitativa de caráter exploratório utilizando como estratégia de pesquisa o estudo de caso múltiplo, como técnica de levantamento e análise dedados: grupo focal, análise documental e para tratamento e análise dos dados, a análise de conteúdo.
Ao analisar a percepção dos estudantes do curso de Letras-Português e de Pedagogia acerca da Educação para os Direitos Humanos no meio universitário a partir das opiniões advindas das entrevistas dos grupos focais e analisadas, foi possível inferir que os estudantes percebem que a Universidade tem proporcionado noções relacionadas tanto aos Direitos Humanos quanto à Educação em Direitos Humanos. São considerados nessa percepção a oferta de disciplinas que tratam da temática de forma transversal, assim como em ações que compõem o currículo dos cursos; mesmo que as ações realizadas na instituição não sejam intencionalmente e explicitamente voltadas para Educação para os Direitos Humanos. Entende-se que as noções de Direitos Humanos constatadas entre os estudantes não emanam somente dos ensinamentos da Universidade, mas também dos conhecimentos transmitidos pelas instituições sociais como a família, o Estado, a sociedade assim como pelos veículos de comunicação. Entretanto, analisando a opinião dos estudantes, observa-se que não há clareza acerca do tema em questão. Intuitivamente conceituam os Direitos Humanos e evocam legislações diversas para justificarem suas falas. Pondera-se que os cursos em análise, pelo fato de serem licenciaturas, aumentem a responsabilidade da instituição em ofertar uma Educação em Direitos Humanos coerente e efetiva em sintonia com os dispositivos legais e normativas nacionais, pois nestes cursos formam-se educadores com potencial multiplicador da Educação em Direitos Humanos.