
Dep. Paula Belmonte, Prof. Geraldo Caliman, Prof. Rogério Córdova no Auditório Petrônio Portela do Senado Federal
Prof. Geraldo Caliman participa como palestrante do “Seminário Janelas de Oportunidades: da Primeira Infância à Socioeducação”. Sob o tema “Prevenção da violência na sociedade e na escola”. O evento teve a participação organizacional da Cátedra UNESCO de Juventude Educação e Sociedade.
O tema discutido foi “Caminhos para a construção da cultura de paz no ciclo da vida”, sob a coordenação da deputada federal Paula Belmonte (Cidadania-DF), vice-presidente da Frente Parlamentar Mista da Primeira Infância, com moderação dos debates pela promotora de Justiça do Espírito Santo Andrea Teixeira de Souza, membro da Comissão da Infância e Juventude do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Antes da apresentação do painel, o Núcleo de Ensinamento de Viola Caipira de Ceilândia apresentou diversas peças do cancioneiro do sertanejo de raiz.
Ao abrir os trabalhos, a deputada federal Paula Belmonte destacou que o próprio nome do seminário já apresenta a chave do que estamos procurando. “Se investirmos na primeira infância, não teremos a necessidade da socioeducação”, disse. Ela ressaltou que se deve investir na educação. Segundo a deputada, um adolescente no socioeducativo custa em média 9 mil reais por mês, enquanto o custo de uma criança na escola não chega a 10% desse valor.
A primeira palestra do painel foi apresentada pelo coordenador da Cátedra UNESCO de Juventude, Educação e Sociedade, professor Geraldo Caliman. O tema abordado foi “Perspectivas para a prevenção da violência”. Ele fez uma apresentação das diversas ideologias que influenciam as ações dos assistentes sociais para prevenção da violência nas famílias. O professor evidenciou que muitas dessas ideologias pregam a punição como forma de reeducação dos adolescentes. E essa é, hoje, segundo ele, a maior tendência da nossa sociedade, pois se debate o aumento das penas, a redução da maioridade penal, entre outros temas semelhantes.
Caliman fez uma comparação entre o Positivismo e a Escola de Chicago. A primeira defendia que o indivíduo já nasce culpado, e por isso deve ser socializado; e a segunda dizia que a responsabilidade da infração é da influência social. No Positivismo havia uma tendência a se punir mais para buscar a ressocialização. Na Escola de Chicago a tendência era segregar os indivíduos da sociedade.
O professor finalizou defendendo investimentos na educação. “Se a pessoa aprende a ser delinquente, pode muito bem aprender a conviver pacificamente em sociedade. Na escola deve-se promover a integração do adolescente com a família, a comunidade e as instituições sociais”, disse. E terminou afirmando que na socioeducação deve-se ensinar os valores morais e éticos e, principalmente, ensinar a definir um projeto de vida para que os socioeducandos vejam que há um futuro que podem construir para eles próprios.
[Texto: Noticias do TJDFT]