Ingrid Cristian de Menez apresentou sua pesquisa de Mestrado intitulada: Adolescentes de comunidades vulneráveis: a presença da efetiva inclusão educacional em suas vidas. Feita sob orientação do Prof. Ivar de Vasconcelos, membro desta Cátedra. Fizeram parte da banca o Coordenador da Cátedra UNESCO 812, Prof. Dr. Geraldo Caliman (UCB) e o Prof. Cândido Gomes da Costa (Universidade Portucalense – Porto).
Na atualidade, a busca por status faz com que as pessoas se esqueçam, muitas vezes, que são seres humanos repletos de valores e sentimentos, chegando ao ponto de se dividirem em classes, gerando a exclusão social de uns, em que os mais fracos se tornam cada vez mais fracos, atingidos, como em um processo cumulativo, se tornando vítimas de verdadeiros círculos de exclusão. Nesse cenário, a realização de uma pesquisa oferece reflexões sobre o tema inclusão educacional como forma de contribuir para que o indivíduo saia da condição de excluído social. Este trabalho teve como objetivo geral analisar processos de inclusão educacional de adolescentes que vivem em situação de vulnerabilidade e buscou identificar: as dificuldades enfrentadas diariamente por adolescentes em situação de vulnerabilidade para frequentar a escola; as ações mais frequentes de educação não-escolares desenvolvidas em comunidades vulneráveis e as manifestações das famílias e comunidades no processo educacional desses adolescentes. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa-exploratória, que lançou mão do estudo de campo, fazendo a coleta de dados mediante a análise documental, a entrevista reflexiva e a observação. A análise de dados do corpus da pesquisa possibilitou à pesquisadora a inferência e a interpretação dos dados coletados. Foram analisados o Projeto Político-Pedagógico da Escola, bem como seu Plano de Ensino, ambos criados coletivamente, além do Estatuto da Associação, que por sua vez adota uma forma de pacto oral para trabalhar o Plano de Ensino, não havendo nenhum documento escrito. Foram observadas duas aulas de dois professores de uma escola e de dois membros de uma Associação, situados em uma comunidade vulnerável, fazendo-se também a observação de um aluno de cada um dos professores. As entrevistas, por sua vez, alcançaram todos os participantes da pesquisa: duas diretoras, quatro professores, dois alunos e duas mães de alunos. Os resultados evidenciam grandes esforços das instituições – Escola e Associação – em realizar ações que promovam a inclusão educacional, em vista de formar cidadãos capazes de mudar a sua vida e a realidade da comunidade em que estão inseridos. A pesquisa evidencia que todos os participantes do processo educativo têm conhecimento da importância do seu papel nessa seara; contudo, verifica-se um distanciamento considerável entre o que se afirma – a teoria – e as ações do dia a dia – a prática. O estudo, ao final, apresenta algumas recomendações voltadas ao aprimoramento do processo de inclusão educacional de adolescentes em situação de vulnerabilidade.