Arquivo da categoria: Eventos & Congressos

Congressos, eventos, seminários ligados ao Programa de Mestrado e Doutorado em Educação da UCB

Cidade do Porto: Assinatura de Parcerias Institucionais


Assinatura de convênio, na cidade do Porto, dia 13, segunda feira, com o Centro de Educação Profissional Santa Clara/ Academia Beatriz Ribeiro a qual passa a fazer parte da Rede de parceiros da Cátedra UNESCO de Juventude, Educação e Sociedade e se alinha com os princípios e os objetivos da mesma. Esta instituição tem uma forte função social de inclusão no atendimento de pessoas que vagam pelas ruas da cidade ou atingidas por diversos tipos de problemas. Sua concepção pedagógica se baseia na transdisciplinaridade, visando contribuir para a formação de cidadãos com uma sólida componente pessoal, social, científica e tecnológica e que desenvolvam as competências necessárias para um bom desempenho profissional e cívica, com autonomia e espírito crítico, com vista à integração na sociedade global em constante mudança. O Externato Santa Clara/Academia Beatriz Ribeiro aposta numa escola inclusiva tem em vista que todos e cada um dos alunos, independentemente da sua situação pessoal e social, encontrem respostas que lhes possibilitem a aquisição de um nível de educação e formação facilitadores da sua plena inclusão social, assinatura de parceria com o Centro de Educação Profissional Santa Clara/ Academia Beatriz Ribeiro.

Artigo: Liderança juvenil e cidadania global: por uma cultura de paz


Artigo de: CALIMAN, G.; IOSIF-GUIMARAES, R.; LUCENA, J.I.A.; SANTOS, V.G. Youth leadership and global citizenship: alternatives for peacebuilding in Brazilian public schools. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação. V. 28, n. 108, 2020. [https://doi.org/10.1590/S0104-40362020002802047]
Peace is a social construct that demands a process of individual and collective awareness and commitment for the construction of a fairer and more inclusive world. The University and the school, as formal educational spaces, have a great potential as peacebuilders. This article discusses these two arguments from fragments of an experience held in two public schools from Distrito Federal. It was conducted by the Unesco Chair on Youth, Education, and Society (Catholic University of Brasília – UCB) from 2015 to the present. The first part discusses the current context of young people from the theoretical lens of global citizenship and the centrality of youth leadership and empowerment in the process of peace building. The second part emphasizes the role of the university and the public school in the construction of networks that act proactively in the citizenship Education of young people, preparing them for facing situations of violence and intolerance. The final part of the article looks at the experiences of the last three years, examples of successful educational practices that have the potential to act in the prevention of school violence and in the construction of an inclusive and emancipatory global citizenship. The study shows that Unesco’s principles of Education for peace and global citizenship are important alternatives for the promotion and building of peace.
Keywords: Youth Leadership. Global Citizenship. Cultures of Peace. Prevention of Violence.

Interação, Diálogo e Práticas Pedagógicas no Ensino Médio


REZENDE, R.C.A.; CALIMAN, G. Interaction, dialogue and pedagogical practices in high school. Alteridad, Vol. 17, No. 1,100-109, 2022. https://doi.org/10.17163/alt.v17n1.2022.08

La sociedad demanda habilidades de autonomía, dinamismo y protagonismo frente a los más diversos desafíos derivados de la globalización que permea todos los sectores sociales. Para los jóvenes, la escuela se presenta como un espacio en el que se pueden desarrollar mejor estas habilidades, ya que su alumnado está en plena formación cognitiva, actitudinal y socioemocional. Esta investigación se justifica por la necesidad de aclarar cómo la escuela, especialmente el profesor, puede contribuir a la formación autónoma y dinámica de alumnos y alumnas que estudian en escuelas públicas y se revelan vulnerables a los desafíos sociales. El estudio tiene como objetivo analizar la interacción social entre profesores y alumnado, centrándose en la aplicación de técnicas pedagógicas capaces de desarrollar la resiliencia, en una escuela secundaria de una comunidad vulnerable, a partir de la triangulación de los marcos teóricos de la interacción, la exclusión y la autonomía. La metodología se basa en un enfoque cualitativo de carácter exploratorio con el método de estudio de caso. Los datos se recogen mediante el análisis de documentos, la observación y las entrevistas con ocho profesores/profesoras y veinte alumnos/alumnas de una escuela pública de la capital de Brasil. Como resultados más relevantes de la investigación, se observa que la interacción profesor-alumno dentro del proceso de enseñanza-aprendizaje hace que el proceso educativo sea significativo para el alumnado y la estrategia pedagógica posibilita la formación integral de alumnos/ alumna ante los retos que surgen de la realidad actual.

O direito à inclusão educacional na universidade


VASCONCELOS, Ivar César Oliveira de; CALIMAN, Geraldo. O direito à inclusão educacional: percepções de jovens estudantes universitários. In: PINTO, M.L.S.; EYNG, A.M.; ESTEVAM, M. (Orgs). Educação e Direitos Humanos: desafios, diálogos e práticas.
Curitiba: Editora IFPR. 2021. pp. 69-80. ISBN: 978-65-88493-15-1.

Em termos de sistema educacional, a inclusão educacional se refere, fundamentalmente, ao impulso e prática imprescindíveis a que os indivíduos deslanchem tais potencialidades, sendo uma tentativa de oferecer abrangência ao cenário de esforços para a humanização desses indivíduos. E, se cumprida enquanto discurso oficial, ela contribui para promover a sua inclusão social. No entanto, nem tudo ocorre como anunciado. Assim, apenas parte dos estudantes usufrui do direito à educação prometida. Como os estudantes percebem a inclusão educacional na universidade?
Para obter informações sobre esse objeto de pesquisa, este trabalho se utilizou de dados da investigação “Caracterização dos processos de inclusão/exclusão social de jovens universitários”, em execução no âmbito da Cátedra Unesco de Juventude, Educação e Sociedade, da Universidade Católica de Brasília. Mencionada investigação tem o apoio da Comissão das Instituições Universitárias Salesianas (IUS), que estuda a influência dessas instituições sobre a sociedade, e está sendo replicada na Rede IUS internacional, a qual se constitui de universidades no Equador, Chile, El Salvador, Bolívia e Brasil (CALIMAN; VASCONCELOS, 2019).
Tal investigação tem as seguintes características: 1) pesquisa com abordagem qualitativa-exploratória; 2) participação de 42 jovens universitários, cujos perfis foram desenhados a partir de declarações durante a coleta de dados (ver Quadro 1); 3) participantes de uma universidade que, sendo confessional, assume publicamente em seus documentos estratégicos um compromisso educacional global com os seus alunos; 4) universidade localizada no Distrito Federal, que se caracteriza pela diversidade sociocultural, com populações advindas de outras regiões do país; 5) dados coletados em 2017 por meio de cinco grupos focais (BARBOUR, 2009), identificados como GF1…, GF5, tendo contado com a média de oito participantes por sessão; 6) coleta realizada na instituição pesquisada por um dos autores deste trabalho, o qual se fez acompanhar em cada grupo por dois pesquisadores; 7) dados submetidos à análise de conteúdo (BARDIN, 2009).

Diversidade Cultural: em parceria com Unisal e seu Núcleo Étnico-Cultural e Social


MORAES, Elisângela Lambstein Franco de (Org.). Diversidade Cultural: 18 anos da Lei 10.639. São Carlos: Pedro & João Editores, 2021. 127p. (baixar e-book)

Elisângela Lambstein Franco de Moraes, atualmente trabalha como Coordenadora Pedagógica SESI – SP Serviço Social da Indústria, Consultora em Educação, Psicopedagoga e Psicanalista. Afirma ela que, como “mulher, branca, mãe de dois filhos, me engajou nos estudos do Mestrado em um projeto com o foco na luta antirracista, movimento que me dedico até os dias atuais”. O livro “Diversidade Cultural” que ho­menageia os 18 anos da Lei 10.639, da pesquisadora Elisângela Lambstein Franco de Moraes, é, antes de tudo, uma obra que amplia o debate público sobre a educação das relações étnico-raciais, especialmente sobre a cultura afro-bra­sileira na escola. Um debate necessário, e urgente, que segue na direção de uma sociedade mais plural, respeitosa e dia­logal em relação à riqueza cultural e étnica, presente nos quatro cantos desse país. Entre os temas enfrentados estão: A Cultura Afro-brasileira no Espaço Escolar; Capoeira no Espaço Escolar; Formação de Professores no horizonte da Educação; Visibilidade da Mulher Negra no Currículo Escolar; Cultura, História e Educação Crítica Emancipadora.

Tela de Abertura: Pedagogia Social: da Indignação à Emancipação?


No dia 17 de novembro o Prof. Geraldo Caliman proferiu conferência de abertura do seminário “Pedagogia Social indignação e/ou emancipação”, promovido pelo Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). A tela de abertura do evento foi conduzida e moderada pelo prof. Arthur Viana. A conferência está disponível no link abaixo via YouTube. https://youtu.be/bXUPmEnWAF4

Assista no YouTube: https://youtu.be/bXUPmEnWAF4

Palestra do Prof. Caliman sobre Pedagogia Social e Responsabilidade Social


O Prof. Geraldo Caliman pronuncia palestra sobre “Pedagogia social e responsabilidade social” (terça-feira, 23 de novembro, 19 horas). Link acima.

Com o tema “O Papel Social da Universidade”, a coordenação de pastoralidade do Centro Universitário Católica do Tocantins (UniCatólica) realizará de 22 a 26 de novembro o primeiro Ciclo de Conferências Internacionais gratuitas para acadêmicos, docentes, profissionais da área e comunidade em geral. O evento faz parte da Programação do Ano Jubilar da mantenedora da Instituição, a União Brasileira de Educação Católica (UBEC). O ciclo será transmitido via YouTube do UniCatólica e receberá palestrantes de várias instituições de Ensino Superior brasileiras entre elas, a Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), e estrangeiras, como Universidades de Moçambique, Roma, Portugal, Madri e Washington. Os participantes de todas as conferências receberão certificados com carga horária de 18 horas.

Programação
Confira a programação completa do Ciclo de Conferências Internacionais abaixo:
22/11 – 15h – Prof. Dr. Severino Engenha – Universidade Técnica de Moçambique
23/11 – 19h – Prof.ª Dr.ª Ruth Pavan; Prof. Dr. José Licínio Backes e Prof. Dr. Geraldo Caliman – Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) e Universidade Católica de Brasília (UCB)
24/11 – 19h – Prof. Dr. Antônio Joaquim Severino – Faculdade de Educação da USP – SP
25/11 – 17h – Prof. Dr. José Franisco Meirinhos – Universidade do Porto – Portugal
26/11 – 15h – Prof. Dr. José Antonio Zamora – WestfäliscThe-WilThelms-Universtät de Münster – Madri, Alemanha
26/11 – 20h – Prof.ª Dr.ª Livia Lopes – CUA Student Organisation of Latinos (SOL) – Washington (EUA)

Prof. Caliman ministra aulas no Curso de Especialização em Educação Social da USP


Educação Social da USP. O curso é administrado pela Faculdade de Educação (FE-USP) sob a coordenação do Prof. Roberto da Silva. São 150 os participantes. O Prof. Geraldo Caliman participou da Abertura que foi realizada no Domingo dia 19/09/21, à noite, por ocasião da celebração dos cem anos de Paulo Freire. E ministrou a aula (online) no dia 22/09 à noite, sempre para um público muito interessado e já envolvido com a Pedagogia Social, O curso continua durante dez meses, com participação de vários professores que trabalharam desde os anos noventa com a difusão e fundamentação teórica e metodológica da Pedagogia Social no Brasil. Discursou por duas horas e meia sobre o conceito de Pedagogia Social e sobre o percurso da Pedagogia Social no Brasil nos últimos anos.

Voz de Dicionário “Pedagogia Social”


CALIMAN, Geraldo. Voz Pedagogia social. In: SIVERES, L.; NODARI, P.C. (Orgs.). Dicionário de Cultura de Paz. Vol.2. Curitiba: Editora CRV, 2021, pp. 263-267. [Baixar em pdf]

Os processos educativos têm sido sempre identificados, no Brasil, relacionados ao sistema escolar. No entanto, a demanda emergente das necessidades sociais, especialmente aquelas relacionadas à infância e à juventude, trouxe à tona outros processos educativos igualmente significativos e influentes. Em muitos casos, a população socialmente excluída, em particular crianças, adolescentes e jovens, encontra em organizações sociais e outros ambientes não escolares o apoio indispensável para superar as suas condições de exclusão. São associações, clubes, obras sociais e uma variedade de experiências que viabilizam a educação através de metodologias, projetos e ações que incluem o esporte, o trabalho, o lazer, a cultura, a expressão, a arte. Em outras palavras, a escola é indispensável, mas não a única e nem suficiente em si mesma como espaço da educação e nem se pode jogar sobre seus ombros toda a responsabilidade pela luta a favor da inclusão social.

Artigo: A colaboração entre o atendimento educacional especializado e a comunidade escolar


ANJOS, R.C.A.A.; VASCONCELOS, I.C.O; CALIMAN, G. A colaboração entre o atendimento educacional especializado e a comunidade escolar. Revista Intersaberes, v. 16, n. 37, 2021, p. 280-305. O presente estudo, que é o recorte de uma dissertação de mestrado em educação, investiga a colaboração entre o Atendimento Educacional Especializado (AEE) e os principais atores da escola inclusiva, pressupondo-se que o sucesso desse tipo de escola depende de sua capacidade de promover trabalhos colaborativos entre seus atores. Adotou-se a abordagem qualitativa-exploratória, na modalidade de estudo de caso, utilizando-se de observações, entrevistas e análise documental, bem como de técnicas da análise de conteúdo. Os resultados evidenciaram que o trabalho em conjunto entre os membros da escola precisa ser colaborativo, envolvendo o AEE e a comunidade, o que potencializa as aprendizagens, tanto de alunos, quanto de professores. Docentes do ensino regular relataram que obtêm êxito do processo educacional quando recebem apoio do AEE, pais e direção. Já os que atuam no AEE, com situações múltiplas e complexas, informaram que seu trabalho é mais eficaz quando têm a colaboração de todos os envolvidos com a educação e que, por isso mesmo, se esforçam para manter vínculos, bem como estabelecer o diálogo e a comunicação constantes.
Palavras-chave: Inclusão. Atendimento educacional especializado. Colaboração. Aprendizagem.

Conferência sobre Desafios ao Professor em Tempos de Pandemia


Fomos obrigatoriamente lançados no ensino remoto de emergência por uma pandemia global. Ainda essa semana ficamos chocados com a notícia do falecimento de uma aluna do Mestrado, Anna Angélica, e seu marido, professor na UnB. O Convidado, prof. Randall Allsup, professor de música no Columbia University afirma que: “…no início de um semestre no ano de 2020, nada menos – os professores enfrentaram desafios em constante mudança. Disseram a eles para serem resilientes e flexíveis. Disseram para se adaptarem. Mas, a menos que já estivessem ensinando on-line, o ensino de música por meio do Zoom não fazia sentido”. Para o Prof. Randall Allsup, “o ensino à distância pode nos permitir, resgatar pedagogias esquecidas como a aprendizagem baseada em portfólio ou avançar em uma política mais robusta por meio do ensino criativo. Saúde e bem-estar estão em nossas mentes. O mesmo ocorre com a prevalência de traumas e perdas. Nos perguntamos sobre a impossibilidade do que chamamos de formação de professores ou preparação de professores (eu não estava preparado para isso). Processos que antes prezávamos, como o diálogo, estão mudando, e pensamos sobre o que significa testemunhar tanto quanto falar.”

A nossa Cátedra UNESCO de Juventude, Educação e Sociedade foi honrosamente convidada a organizar, junto com o Programa de Educação, este evento. A Cátedra publicará seu livro “Remixing the classroom: Toward an open philosophy of music education” [Reconfigurando a sala de aula: através de uma filosofia aberta de educação musical]. Em sintonia com os objetivos da UNESCO, nossa Cátedra UNESCO/UCB tem publicado recentemente ainda esse ano, vários livros, todos em parceria com outras instituições:

No dia 23 de abril serão lançados os dois volumes do Dicionário de Culturas de Paz (Siveres e Nodari); Estão praticamente prontos dois volumes de “Altas Habilidades (Vol. I e Vol. II) com o selo da Cátedra financiados via parceria portuguesa, pela Editora da UNESP. Tem mais oito títulos em perspectiva para serem publicados. Estão sendo traduzidos dois outros livros do italiano para o Português graças a uma parceria com a Università degli Studi Roma-3.

Randall Everett Allsup é professor e pesquisador permanente da área de música e Educação Musical na Teachers College, Columbia University na cidade de Nova York desde 2003. Randall formou-se em performance musical e educação musical na Northwestern University e na Columbia University. Sua tese de doutorado, Crossing Over: Aprendizagem Mútua e Ação Democrática na Educação Musical Instrumental foi premiada como “Dissertação de Destaque do Ano” pelo Conselho de Pesquisa em Educação Musical. Recebeu Bolsa Fulbright que o levou para a Sibelius Academy, Helsinque, Finlândia, para ensinar e conduzir pesquisas. Foi professor visitante na Xiamen (Ciámen) University, China. Ministrou palestras, ensinou e viajou extensivamente pela China e Taiwan. Foi pesquisador na Tokyo University no Japão além de ter recebido o Prêmio de Excelência em Ensino no Teachers College, Columbia University. A Teachers College é considerada a maior Escola de Educação dos Estados Unidos ultrapassando instituições como Harvard e Stanford. O Prof. José Ivaldo está atento às questões que eventualmente serão colocadas ao prof. Randall. Pedimos que as questões sejam objetivas e compreensíveis para que possam ser adequadamente traduzidas para o Conferencista.

Nova Publicação: Internacionalização da Educação Básica e Superior


Apresentamos a nova publicação “Internacionalização da Educação Básica e Superior: Desafios, Perspectivas, Experiências“, organizada pelo Prof. Dr. Renato Brito, com o selo da Cátedra UNESCO de Juventude, Educação e Sociedade da Universidade Católica de Brasília. Estamos vivendo um cenário mundial cada vez mais globalizado que tem impulsionado, dentre
outras coisas, o processo de internacionalização da Educação. O Ensino Superior iniciou esse processo, mas atualmente já se verifica também um gradativo processo de internacionalização na Educação Básica, refletido pela oferta das chamadas escolas internacionais e bilíngues, além da seleção de estudantes ainda no ensino médio para fazer o ensino superior fora de seus respectivos países de origem. Este novo cenário mundial exige não só uma troca de experiências mais ampliada e diversificada, como também a aquisição e o desenvolvimento, por parte dos estudantes, de competências e habilidades para um mundo do trabalho cada vez mais dinâmico, em decorrência das descontinuidades tecnológicas cada vez mais frequentes. É dentro deste cenário que se insere a importante iniciativa do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Católica de Brasília e da Cátedra UNESCO-UCB ao promover o Congresso Internacional intitulado Internacionalização da Educação Básica e Superior: Desafios, Perspectivas e Experiências, que dentre outros produtos, gerou a edição deste livro, organizado pelo Prof. Dr. Renato de Oliveira Brito, composto por 17 capítulos escritos por pesquisadores brasileiros e estrangeiros, participantes, em sua larga maioria, do Congresso em questão. [Pode ser baixado em PDF com este link].

 

Novo Livro: “Pedagogia Social e Juventudes” (com apresentação de G. Caliman)


A Pedagogia Social tem se manifestado como uma teoria geral da educação social. Enquanto teoria geral ela se dedica à sistematização de conhecimentos que lhe dão uma base epistemológica e interpretativa dos fenômenos ligados à educação, sobretudo no âmbito social, seja ela aplicada na área escolar ou fora da escola. Enquanto educação social, é uma ciência pratica voltada a intervir sobre realidades, sobretudo aquelas ligadas à dimensão social da educação como a formação a cidadania, a prevenção de situações de risco, ao reforço das condições de resiliência, à difusão de culturas de paz, à gestão de conflitos, à difusão e aplicação dos principios dos direitos humanos.

Souza Neto, Silva e Moura (2011) já sinalizavam, na organização de “Pedagogia Social – Vol. 2 – Contribuições para uma teoria geral da educação social”, como “a ressignificação, levada a cabo no Volume 1 da Pedagogia Social, possibilitou classificar as diversas praticas alternativas a educação escolar em três domínios, segundo os recursos cognitivos que ela mobiliza: sociocultural, sociopedagógico e sociopolítico”. A partir da definição desses domínios que foram amplamente debatidos nos diversos Congressos Internacionais de Pedagogia Social realizados no Brasil, os autores confirmam como tal posicionamento passa a orientar, simultaneamente, a formação, a pesquisa e o campo de trabalho da educação social, constituindo-se em um corte epistemológico capaz de dialogar sem conflitos com a educação escolar e, ao mesmo tempo, resolvendo a ambiguidade em relação ao conceito educação não formal. 

A partir do momento em que assumimos a concepção acima, a Pedagogia Social não se confunde injustamente com uma pedagogia para os pobres e desamparados. Esse seria o risco de assumirmos uma classificação entre educação formal e educação não formal: de acreditar que a formal seja para a “boa pedagogia” e a não formal para os que não tiveram a possibilidade de estudar em boas escolas e ficariam na dependência da assistência social.

A partir desse balizamento epistemológico ela se define como uma pedagogia para os seres humanos: onde houver um ser humano, seja ele na escola, nas classes abastadas, em situações de risco e vulnerabilidade, existe um espaço de atuação para a dimensão social da educação. Aliás, no mundo em que vivemos perguntamo-nos sempre o porquê de a Pedagogia Social ser tão desenvolvida em sociedades abastadas como a Finlândia, a Alemanha, a Espanha, Portugal, Itália. A Universidade Pontifícia Salesiana de Roma hoje tem cerca de 200 alunos inscritos no Programa de Bacharelado, Mestrado e Doutorado em Pedagogia Social. Talvez essa demanda pela Pedagogia Social em países desenvolvidos querem nos alertar para a ideia de que os seres humanos precisam aprender a se relacionar culturalmente, politicamente e pedagogicamente como seres em crescimento, independentemente da sua condição social.

Podemos fazer duas ótimas releituras ao longo do tempo. Uma de Dom Bosco, no século XIX, e outra de Paulo Freire no século XX. Dom Bosco viveu em um período particularmente caracterizado pela revolução industrial. Muitos eram os jovens abandonados a própria sorte e explorados por patrões perversos. E certo que Dom Bosco nunca ouviu falar em “pedagogia social”, mas nos podemos fazer uma releitura histórica de sua pratica pedagógica, identificando não com muita dificuldade, principios pedagógicos que hoje inspiram a educação social. Seu humanismo pedagógico é composto por elementos como a religião, a razão, o carinho e o trabalho. O primeiro elemento, a religião, tem a ver com o sentido da vida, a descoberta do transcendente, a construção de um projeto de vida. A razão – e Dom Bosco viveu na época da razão – mostra a tendência da busca pelo conhecimento, pela verdade, pela racionalidade, pela descoberta do adolescente e jovem como um sujeito e não como objeto a ser moldado; pela consciência crítica voltada à administração dos riscos e vulnerabilidades vividos. A dimensão afetiva (carinho) tende a sintonizar-se com a linguagem mais conhecida pelos jovens, quando tudo passa primeiro pelo coração e, somente assim, chega à razão. A dimensão do trabalho, por sua vez, é operacional: abre caminhos e espaços para a participação no mundo profissional e produtivo e, portanto, torna possível a construção do projeto de vida.

No século XX, outra releitura necessária e inspiradora é a que podemos fazer a partir de Paulo Freire. Estamos em tempos em que precisamos resgatá-lo como patrono – talvez sem o saber – da pedagogia social dos nossos tempos. Uma releitura de sua prática pedagógica nos permite intuir em seu método educativo utilizado para a alfabetização não uma aprendizagem de letras e números. A leitura que Freire sugeria era da realidade, do mundo em que se vivia. Uma leitura que ajudasse as pessoas a tomar consciência dos próprios riscos. Certamente Paulo Freire não foi um teorizador da Pedagogia Social, mas o seu pensamento pedagógico inspira muitas das metodologias que são utilizadas na prática pedagógica de quem atua na Educação Social. E se presta como referencial teórico e cientifico para a construção de uma Teoria da Educação Social.

Acredito que a Professora Sueli Pessagno-Caro (In Memoriam: a quem é dedicado este volume) tinha como balizamento, de um lado, a educação social inspirada em Dom Bosco e, de outro, o referencial teórico e científico de uma Pedagogia Social a ser redescoberta a partir de Paulo Freire. Mas seu legado fica sobretudo ligado à sua atuação na sistematização de uma Pedagogia Social brasileira tão bem desenvolvida a partir dos inícios do terceiro milênio em torno dos Congressos Internacionais de Pedagogia Social.

O presente livro discorre sobre temas muito ricos para a educação social. Alguns temas podem ser identificados como pertencentes: ao domínio sociocultural, como as relações de gênero, a juventude entre culturas e projeto de vida; ao domínio sociopolítico, como a formação social dos indivíduos, o afroempreendedorismo; ao domínio sociopedagógico como o mundo do trabalho, da arte-educação presente na capoeira e na música rap, e a educação sociocomunitária. É uma justa homenagem à Professora Sueli Pessagno-Caro.

Roma, 10 de maio de 2020. – Prof. Dr. Geraldo Caliman – Coordenador da Catedra Unesco de Juventude, Educação e Sociedade – Universidade Catolica de Brasilia.

 

 

Depoimento da UNESCO/Paris sobre a Cátedra UNESCO/UCB


O Prof. Dr. Marco Antonio Rodrigues Dias deu um belo depoimento sobre a atuação da Cátedra UNESCO de Juventude, Educação e Sociedade, coordenada pelo Prof. Geraldo Caliman com a colaboração do Prof. Célio da Cunha. O Prof. Marco Antonio foi, nos anos 90, o criador do projetos das Cátedras UNESCO, quando atuava como Diretor do Ensino Superior na sede da Unesco Paris.
Clique abaixo para ver o extrato de dois minutos no contexto de uma fala de 45 minutos do Prof. Marco Antonio sobre sustentabilidade e educação.

Coordenador da Cátedra UNESCO de Juventude profere palestra para estudantes da USP


No último dia 05 de outubro, o professor Dr. Geraldo Caliman, Coordenador da Cátedra UNESCO de Juventude, Educação e Sociedade da UCB, proferiu palestra para mestrandos e doutorandos do Programa de Educação da USP. O tema abordado foi ligado à Pedagogia Social. Professor Geraldo Caliman é mestre e doutor em educação e está fazendo seu segundo pós doutorado na Pontifícia Universidade Salesiana de Roma (2020 a 2021), onde também já atuou como professor e foi coordenador do Programa de mestrado e doutorado em Pedagogia Social.  Tem experiência na área de Educação, Sociologia da Educação, com ênfase em Pedagogia Social, e temas correlatos como Educação Social, Exclusão Social, Prevenção, Sociologia do Desvio e da Delinquência, Delinquência Juvenil.